entre o todo e o vago
existe um infinito indefinido
é um vão, uma fração
um pequeno pedaço sem forma
daquilo que ainda desconheçemos
ali existe a vida e seus segredos
as dúvidas e seus espaços
a música entre as pausas
o silêncio e seu odor agitado
existe uma escuridão silênciosa
cortada por um feixe de luz
que desabrocha feito asa de ave
e ilumina feito brilho metálico
e é ali que deixamos de encontrar
infinitindefinidamente as cores por detras da paleta
as pinceladas no ar, no exato momento antes de tocar a tela
o desenho das palavras rabiscadas ao vento
antes de encostar a folha de papel
o abrir dos poros antes de queimar a pele
o cheiro de uma cor
o sabor de uma palavra
a sensação de se olhar no espelho
o mundo criado nos sonhos durante a noite
o sonho perdido, acordado, durante o dia
e neste vão
forma-se então
neste exato momento
o nada.
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